Composição do Cantos Firmus
Os primeiros Cantos Firmus [CF] na verdade vem da tradição oral do cantochão, ele foi a pedra fundamental de composições sacras e seculares. Nos períodos históricos seguintes o CF passou a ser composto pelo próprio musico para servi de base para a composição. Se conceito serve ainda hoje de base para uma serie de diferentes tipos de composições.
No Contraponto [CP] modal o principal na composição do CF é que ele permita o uso confortável dos intervalos de forma horizontal, ou seja, as melodias não precisam ser sinuosas com muitos saltos e intervalos largos, as melodias de um CF modal devem ser claras sem tantos rebuscamentos rítmicos e melódicos, em outras palavras de fácil captação e execução.
Seguiremos com algumas dicas praticas para escrita do CF:
- Como vimos na Parte 1 de nosso texto temos um conjunto de normas para escrita do CF, elas devem ser observadas, por isso, releia!!
- Sempre se inicia e termina um CF com a nota principal do modo que se esta utilizando, por exemplo, se estou o usando o modo Dórico iniciado com a nota Ré, consequentemente, meu CF terá esta nota em seu inicio e final.
- Lembres sempre, num CF não se utiliza musica ficta de maneira alguma, os CF tem de ser compostos com os modos com intervalos “intactos”, ou seja, sem alteração cromática.
- A musica modal “gravita” em torno de seu bordão, ou seja, existe uma enorme recorrência na melodia da nota principal de um modo, então a recorrência a esta nota na melodia modal do CF é de extrema necessidade, não apenas para fortalecer a sonoridade modal, mas também para reforçar as relações entre os intervalos no CP.
- Procure iniciar sempre que possível sua melodia do CF com graus conjuntos ascendentes ou descendentes, é aberta a possibilidade de iniciar com um salto de no máximo 3ª maior, outros saltos podem dificultar a realização do posterior do CP.
- Sempre finalizar se CF com graus conjuntos ascendentes ou descendentes entre a penúltima e última nota. Em alguns modos o grau conjuntos ascendentes o efeito conclusivo que os descendentes [Dórico, Eólio, Mixolídio] em outros casos, ocorrem o inverso [Frígio] será mais forte, mas isso não limita que devasse fazer “assim ou assado”, então é necessário que ao escrever um CF o aluno escute e decida qual tipo de conclusão tem o maior efeito conclusivo.
- As a s normas acima servem apenas para efeito de disciplina para o estudo e fixação das técnicas, após ter bom domínio da técnica o aluno/compositor pode abrir mão de alguns aspectos em favor da estética criativa.
Vejamos a ilustração nela temos exemplificadas algumas normas já expostas:
Ilustração 1
Um bom exercício é analisar outros CF e depois escrever os próprios. Assim na ilustração temos três CF, tente analisa-los da seguinte forma:
- Tente cantar ou tocar, o ouvido é o melhor instrumento de analise, descubra sua sonoridade.
- Veja a distribuição dos intervalos graus conjuntos saltos.
- Escreva primeiro o inicio e o final, em seguida tente ligar as partes com uma melodia.
- Tente identificar cada modo usado.
- Apague algumas notas e tente reescrever e depois escute.
- Finalmente escrever seus próprios CF.
- Tente criar melodias de fácil assimilação e memorização.
- Tente manter sempre um fluxo continuo e evite linhas melódicas muito sinuosas, ou seja, com saltos excessivos.
Ilustração 2
Um comentário:
obrigada pelo conteúdo, explicações simples muito faceis de se entender.
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