sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Um rápida, rapidíssima, velocíssima história do videoclipe.

Organizado por Marcello Ferreira Soares Junior

Oi pessoal! esse é outro material para sala de aula. É simples e bem resumido, mas cumpre seu papel de guia inicial para uma aula. 

Oskar Fischinger um pioneiro na união da música e imagem em movimento. Fischinger cineasta de vanguarda, começou a desenvolver suas ideias durante os anos 20, em pequenos filmes de animação, nelas as imagens tentavam interagir com a música, (A trilha geralmente utilizada era o Jazz). Ele foi o primeiro a aplicar a cor e som, usando o movimento, geometria e espaço e os recursos relativos ao tema.

Nos anos 30, temos o advento do cinema falado, com o lançamento do filme O Cantor de Jazz, Hollywood impulsiona um novo gênero: o musical. Criando toda uma nova técnica de movimento de câmera, os gestos dos atores, coreografia, dança e cenários, todos dependentes do enredo e das músicas escolhidas para o filme. Um famoso exemplo desse tipo de vídeo musical na década de 50 é a cena de Gene Kelly em Cantando na Chuva (1952). Os produtores de Elvis Presley tomaram carona nessa tendência em Jailhouse Rock - vídeo (1957). 

Nos anos 50 e 60, esse gênero vai continuar diversificando e criando novos formatos. Nos anos 50 iniciou-se a distribuição (forma reduzida) vídeos com performances ao vivo ou em estúdio. A primeira canção a ter um vídeo produzido para sua divulgação foi Penny Lane vídeo (não era uma performance filmada e sim uma compilação de cenas com a banda) dos Beatles

O vídeo de Bohemian Rhapsody (vídeo) do Queen de 1975, é considerado o primeiro vídeo clip moderno. Ele foi dirigido por Bruce Gowers. A insistente divulgação na TV levou o single da canção ao posto número um da parada inglesa por nove semanas. Bohemian Rhapsody não tem o formato de uma canção pop tradicional. Mas a força da divulgação potencializada pela imagem alavancou seu sucesso e gerou um novo conceito. O clipe passou a ser considerado um formato audiovisual de divulgação na música popular.
   
Nos anos 80, algumas produtoras do mercado fonográfico dos EUA criaram um canal a cabo dedicado a transmitir música 24 horas por dia. A MTV, nascido 01 de agosto de 1981, tinha inicialmente cerca de quatro milhões. A estreia do canal marcou uma nova era da divulgação na indústria musical. Curiosamente o primeiro vídeo exibido foi Video Killed the Radio Star (vídeo) do The Buggles.

Nos anos 80, os clips de vídeo passam a ser produzidos em larga escala, mas ainda seguindo a estética das décadas anteriores. Ou seja, compilações de imagem da banda ou artista, em alguns casos ocorriam tentativas de criar algum sentido temático. 
  
Michael Jackson foi um dos visionários (numa postagem anterior falei sobre MJ e o vídeo clipe), contratou o diretor de cinema John Landis para dirigir alguns de seus clipes. O mais famoso foi, sem dúvida, Thriller (vídeo), que teve uma história de horror com uma maquiagem muito credível complementado e coreografia que marcou toda uma geração. Foi um dos primeiros que decidiu alterar o formato de vídeo criando um mini filme de três minutos.

Tipos videoclipe

Tipo A. Descritivo.
A narrativa com a sensação de certa ordem ou no momento na sucessão de imagens, que são os fatores que irão moldar a representação espaço-temporal, mas não há lugar para contar histórias. O objetivo é criar uma sensação de participar de uma experiência. Eles apresentam a música e seu músico ou grupo no palco, em um estúdio ou em um concerto. Tudo isso é acompanhado por imagens associadas de alguma forma com o outro, tentando manter a atenção do espectador e introduzir na situação, dentro do discurso.
Exemplo: Livin’ on the Prayer – Bon Jovi

Tipo B. Narrativo.
Ele apresentada uma sequência de eventos de uma história sob a estrutura clássica dramática. Ele desenvolve um programa de narrativa, onde atores podem interpretar os papeis das personagens do drama (ou os próprios músicos podem atuar). A relação entre música e imagem pode ser:
·         Linear (repete o que a canção narra);
·         Adaptação (enredo paralelo da música);
·         Sobreposição (história independente da música, mas funciona).
Exemplo: Jesus Of Suburbia - Green Day

Tipo A + B. Descritivo - narrativo. É uma mistura dos dois.
Exemplos: Miles Away - Winger


Maiores e melhores informações consulte: www.kandykills.jimdo.com/ (página em espanhol).

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Escalas e acordes - como fazer?

Organizado por Marcello Ferreira Soares Junior

Elementos formais da música: Intervalos musicais

O termo intervalo dentro da teoria musical é utilizado para designar a distância acústica entre dois sons. Os intervalos musicais têm as seguintes classificações:
 Melódico: sons sucessivos.

 



    Harmônicos: sons simultâneos.


 


Os intervalos melódicos são divididos em seis categorias:

Ascendente: quando a primeira nota é seguida de outra mais aguda.

 



Descendente: quando a primeira nota é seguida de outra mais grave.

 



Conjuntos: quando as notas que se sucedem são vizinhas diretas.

 



Disjuntos: quando as notas que se sucedem são vizinhas indiretas.




Simples: quando os intervalos encontram-se no âmbito de uma oitava.





Composto: quando o âmbito de uma oitava é excedido pelos intervalos.






Analise dos intervalos

Vamos analisar de acordo com as classificações e categorias que já vimos:
Aqui o intervalo é melódico, ascendente, disjunto e simples.





Abaixo temos um intervalo é harmônico, descendente (usamos como referencia a nota aguda), conjunto e simples.





Identificando os intervalos

Na música ocidental, o menor intervalo entre duas notas é o semitom, já o maior a oitava. Uma oitava é formada pela soma de 12 semitons dispostos de forma consecutiva. Esta organização recebe o nome de Escala Cromática.





Tipos de intervalos

Dentro de uma oitava podemos encontrar outros 11 intervalos menores. Os intervalos dentro da oitava podem ser:

·         Segundas; Terças; Quartas; Quintas; Sextas; Sétimas.
Elas também estão divididas em:

·         Maiores;
·         Menores;
·         Justos;
·         Diminutos;
·         Aumentados;
·         Tritono.
Eles recebem essas denominações de acordo com a distância acústicas da nota tomada como referencia e o número de semitons entre duas notas (no exemplo temos a nota Dó como referencia).

Muitas vezes, um intervalo com o mesmo número de semitons terá nomenclaturas diferentes, isso ocorrerá dependendo do contexto onde se encontra esse intervalo.

Inversão dos intervalos

A inversão dos intervalos musicais ocorre quando as notas de um intervalo mudam de posição em relação anota de referencia. Por exemplo: um intervalo ascendente tornasse descendente utilizando as mesmas notas.

Para facilitar a compreensão dos intervalos utilizamos cinco regras básicas:

·         Quando um intervalo maior é invertido ele se torna menor (e vice-versa);
·         O tritono não sofre inversão;
·         A inversão de um intervalo justo irá resultar em outro intervalo justo;
·         As 2ª ßà 7ª;     As 3ßà 6ª.                                                                                       
                               
A escala Maior

Uma escala é um conjunto de intervalos, onde usamos os semitons para organizar o local de cada nota na escala.



Na escala de maior temos setes notas, já os intervalos entre elas são os seguintes:



Essa sequência de tons e semitons irá forma todas as escalas maiores.

Acordes

Os acordes básicos, as tríades, são conjuntos de três notas de uma determinada escala “empilhados” em intervalos de terças Maiores e menores. Cada nota tem uma designação:

Tônica – dá nome é a nota (raiz) principal de um acorde;

Terça – determina se o acorde será maior ou menor;

Quinta – determina se o acorde será justo, aumentado ou diminuto.

Como empilhar as terças para forma uma acorde?

Vamos tomar como exemplo o acorde de Dó maior.  

Vamos pegar a escala de dó maior e sobrepor à nota dó.

 O acorde Maior é formado por uma terça Maior se guinda e uma terça menor. O acorde menor é o inverso 3ª menor seguida de uma 3ª Maior.

Exemplo: acorde de Ré menor.


“Tabua” dos acordes


Campo Harmônico


São os acordes formados sobre as notas de uma determinada escala (no exemplo temos a escala de Dó Maior). Formando o conjunto de acordes usados em uma determinada tonalidade.


Monodia Secular séculos XI à XIII: Goliardos; Troubadours; Trouvères; Minnersänger e Meistersinger

Organizado por Marcello Ferreira Soares Junior

Monodia Secular séculos XI à XIII: Goliardos; Troubadours; Trouvères; Minnersänger e Meistersinger

Por volta do século XI, com a afirmação das monarquias nacionais, se inicia o renascimento econômico da Europa. As cidades voltam a ser os centros da vida e do comercio. Nestes centros o imobilismo social e intelectual que marcou o sistema feudal começa a desaparecer, comerciantes, artesões e artífices ressurgem como classes organizadas, organizações que estavam desaparecidas desde o fim do Império Romano. O conhecimento e a erudição se deslocam para fora dos mosteiros, fazendo florescer uma nova classe de eruditos fora da igreja, agora no ambiente aristocrático. Sendo conseqüência disso o nascimento das primeiras as universidades.


Neste ambiente nasce o movimento literário e poético trovadoresco que foi de imensa importância para cultura ocidental, pois se configurou como um evento inédito na Europa deste a antiguidade. Acredita-se que dois aspectos foram de fundamental importância para o surgimento este movimento: a mobilidade promovida pelo renascimento do comercio. Os costumes, as informações e as idéias passaram a circula com mais freqüência; a afirmação das línguas nacionais (por exemplo: o Provençal no sul ou Langue L’oc e no norte a Langue L’oil da França; o alemão; o castelhano na Espanha; o galaico-portugues). Por volta do final do século XI e inicio do séc. XII, formas poéticas como as Chansons de gesta estavam difundidas com sucesso pela Europa, chegaram a nós alguns exemplos das Chanson de Geste como: Chanson de Roland no reino da França e os Niebelungen no Reino dos Alemães. Outros poemas já tinham inclusive adaptações em diferentes línguas como a Lenda de Tristão e Isolda. Neste período a divisão entre a música sacra e secular não era tão forte os dois gêneros se entrecruzavam com muita naturalmente. Coexistindo neste período, divididos em três categorias principais: Música sacra litúrgica (usada no oficio); Música sacra não litúrgica (canções de exaltação ou usada nas procissões) e Música Secular.   Chanson de Roalnd - Áudio
   


Figura 1 Mapa político da Europa por volta do século XI e XII
A monodia estava plenamente estabelecida como também já havia passado por uma série de desenvolvimentos em termos de forma e escrita melódica e iniciava a trilha em direção à polifonia. Formas como o Conductus monódico foram amplamente difundidas e passaram a ser também utilizadas na música secular e no cancioneiro popular que nasce na Idade Média. Apesar de a música secular medieval prestigiar as línguas nacionais, seus mais antigos registros ainda são em língua latina, o repertoria chamado de Canções dos Goliardos.

Os Goliardos
Associados ao seu mítico patrono o Bispo Golias. Eles eram estudantes e clérigos de vida errante, que perambulavam pela Europa antes do nascimento das grandes universidades sedentárias. Seu estilo de vida era considerado vagabundo e mau visto por muitos, suas canções em língua latim celebravam sua vida errante e delas foram feitas inúmeras coletâneas como a Carmina Burana. Os temas tratados algumas vezes com extrema sutileza em outras não, transitavam em torno do tripé: Mulheres, vinho e sátira (dos costumes, autoridades e etc.). Com seu caráter franco e mordaz desfrutou de uma imensa popularidade no período. Contudo pouco da sua música chegou até nós de forma completa, muito do que temos hoje são reconstituições feitas a partir de varias fontes. Esta dificuldade se dá pela falta de um sistema de notação mais preciso para música dos Goliardos. Goliardos: In taberna quando sumus (Carmina Burana)


A Chanson de Geste; Jograis e os Menestréis

A Chanson de Geste era um poema do gênero épico em língua vernácula que narra feitos heroicos, As
mais antigas Chanson datam de fins do século XI e do início do século XII, muitos destes poemas ficaram famosos como: La Chanson de Roland, Le Pèlerinage de Charlemagne e Galiens li Restorés. Elas são quase 100 anos mais antigas que a poesia lírica dos trovadores e dos mais antigos romances em verso.  Elas foram uma tradição oral registrada em texto apenas num período já tardio, assim boa parte da música que acompanhava as Chansos foi perdida.

 Muitas destas Chansons eram recitas ou cantadas, e em alguns casos representadas. As pessoas que representavam as Chansons eram chamadas de Jograis ou Menestréis, eles eram uma classe de músicos e artistas que perambulavam sozinhos ou em grupos de aldeia em aldeia, castelo em castelo sendo pobremente remunerados, eram considerados páreas na sociedade medieval. Contudo com o desenvolvimento econômico dos séculos XI e XII e a estabilização da sociedade, sua condição melhorou muito. Por volta do meio do século XI, grande parte deles se fixou em cidades e passaram a se organizaram em confrarias, que deram origem a corporações de músicos profissionais, que não só regulamentavam seu trabalho, mas também concediam formação aos músicos.  É importante saber que os menestréis não eram poetas e compositores, eles cantavam, tocavam canções compostas por outros ou extraídas do domínio popular. Contudo, o engenho e sua tradição profissional foram de extrema importância para o desenvolvimento da música secular européia.

Troubadours e Trouvères

As duas palavras têm o mesmo significado: inventores. Troubadours (com o feminino, Trobairitz) em Provençal ou langue d’oc no sul da França e Trouvères em langue de d’oil (dialeto que deu origem ao francês moderno) no norte. Os dois grupos não eram grupos bem definidos, na sua maioria eram formados por membros da nobreza (aristocratas e até reis). É curioso observar que nestes círculos, mesmo as pessoas de nascimento humilde podiam ascender por meio de seu talento. Estes poetas criavam e cantavam suas cantigas ou muitas vezes contratavam menestréis para tal. Muitas das cantigas foram conservadas em coletâneas chamadas de Chansonniers. Mas não existia uma sistematização nos registros, por este motivo, atualmente temos muitas versões diferentes de uma mesma cantiga, pois elas podem variar de acordo com o escriba que as registrou ou até por causa da fonte do registro (um menestrel que aprendeu de cor e com o tempo alterou a melodia ou letra original).

Chegaram até um numero um tanto reduzido de poesias e melodias Troubadours e Trouvères:
Troubadours: 2600 poemas e 260 melodias.
Trouvères: 2130 poemas e 1420 melodias.

A temática poética dos dois grupos não era demasiado profunda, mas era imensa na variedade e o engenho em termos de forma.  Havia principalmente duas categorias de composição: as baladas e as baladas dramáticas estas necessitavam de mais de um interprete e provavelmente eram representadas. O gênero mais cultivado das baladas dramáticas foi a Pastourelle, seu texto sempre apresenta o mesmo enredo: uma jovem pastora encontra o cavaleiro que a corteja, ela resiste, mas ceder ou pede socorro, neste momento surgi o irmão ou namorado da pastora que põem o cavaleiro para corre, não sem que antes haja um combate.

Para os Troubadours o tema mais freqüente era o amor com conotações tanto carnais e sensuais quando místicas e idealizadas, também existiam cantigas que abordavam temas morais e políticos, algumas eram inclusive debates sobre temas do cotidiano, já outras traziam temas amenos como as cantigas de amor cortês. Já os Trouvéres em sua maioria cultivaram um estilo de cantiga com temas religiosos, utilizando muitas formulas da musica secular para exaltar figuras religiosas, isso é possível constata nas cantigas de louvor a Virgem Maria, que apresenta recursos usados na poesia de amor cortês.

Amor Cortês foi uma expressão do pensamento medieval que contemplava: atitudes, mitos e etiqueta para amour courtois ("amor cortês"), foi cunhada por Gaston Paris em um artigo escrito em 1883, "Études sur les romans de la Table Ronde: Lancelot du Lac, II: Le conte de la charrette", um tratado da analise do Lancelote, o Cavaleiro da Carreta (1177) de Chrétien de Troyes. O amour courtois era uma disciplina nobre e idealizadora: O amante (idealizador) aceita a independência de sua senhora e tenta fazer de si próprio merecedor dela, agindo de forma corajosa e honrada (nobre) e fazendo quaisquer feitos que ela deseje. Mas o amor não é totalmente platônico, já que se baseia numa atração sexual.
exaltar o amor. Ela deu origem a vários gêneros da literatura medieval. A expressão

Em termos musicais o tratamento dado as melodias pelos Troubadours e Trouvères era silábica, ou seja, uma nota por silaba, com um pequeno melisma normalmente na penúltima silaba dos versos. Esta regra não impedia que os cantores incluíssem ornamentações durante o canto para que houvesse variedade e contraste entre as melodias, muitas vezes havia uma rápida improvisação entre cada estrofe da cantiga. Existe uma incerteza em relação à métrica e o ritmo das melodias, alguns especialistas acreditam que as notas longas e curtas eram definidas em correspondências as sílabas acentuadas e não acentuadas das palavras.  As melodias não passavam do âmbito de uma sexta e raramente de uma oitava. As cantigas do Trouvères eram relativamente curtas (entre três e cinco compassos numa transcrição moderna em compasso ternário). Suas melodias eram simples e fáceis de decorar, seu ritmo livre, é curioso observar estas cantigas muita afinidade com as canções do folclore francês. Recursos como repetição, variação e contraste são largamente usados para da forma conferindo interesse variedade às melodias das cantigas. Muitas das cantigas do Trouvères apresentam um refrão, que são versos ou pares de versos que são repetidos após cada estrofe cantada, o refrão quando repetido implica da repetição de sua melodia ao longo da cantiga. O refrão como estrutura é importante para o desenvolvimento da forma nas músicas com caráter de dança, pois, acredita-se que este processo possa ter dando origem as cantigas de dança, onde o coro de dançarinos cantava o refrão.
Os Minnesinger e os Meistersinger

Os Troubadours franceses foram o modelo para nobres poetas-compositores alemães, os Minnisinger. Suas canções as minnelieder (minne = amor; lieder = canção) tinham representações mais abstratas do amor que aquelas dos Troubodours, por outro lado outras muitas tinham caráter religioso. Por este motivo as cantigas tinham um estilo mais sóbrio, outro aspecto que indica isso é uso dos modos e modelos rítmicos da música litúrgica em suas melodias, os ritmos obedeciam ao ritmo dos textos (a maior parte das cantigas era em ritmo ternário). Em termos de forma as canções eram estróficas com uma estrutura rígida onde a repetição das frases melódica era cuidadosamente observada.           
Alguns gêneros foram amplamente cultivados dentro do repertorio dos minnesinger como as cantigas de alvorada ou de vigília, onde a personagem principal é o amigo que fica de sentinela, protegendo e alertando os amantes da chegada da alvorada. Tanto na Alemanha como na França foram também escritas muitas cantigas de devoção religiosa inspiradas nas cruzadas. Como as de Walther von der Vogelweide que escreveu, entre outras, Palästinalied (Canção da Palestina) quando seu protetor, Frederico II, partiu para a cruzada. Minnesänger : Walther von der Vogelweide - Under der linden
Palästinalied

A partir do século XIII na França a arte de criação dos Troubadours e Trouvères passou a ser cultivada também pelos primeiros burgueses (neste contexto o termo burguês se aplica para representar os profissionais liberais que viviam nas cidades onde havia centros de comercio, ou burgos). Como reflexo disso, surgiu na Alemanha a classe dos Meistersingers, os sucessores dos Minnesingers a partir do século XIII. Eles se organizaram em corporações em varias cidades alemãs, sendo a mais famosa delas a de Nuremberg (retratada na ópera de Wagner Der Meistersinger Von Nuremberg, 700 anos depois), esta corporação foi tão forte que se dissolveu apenas no século XIX. A música dos Meistersingers tinha regras rígidas de composição que apesar de produzir obras primas nos dar a impressão de serem menos expressiva que dos minnesingers.

Em outros países da Europa também ocorreram movimentos paralelos aos da França dos Troubadours e Trouvères, gerando obras importantes como as Cantigas de Santa Maria de Alfonso X, O sábio, na Espanha. Também formas importantes como as cantigas de amigo, que tem suas origens na Península IbéricaCantigas de Santa Maria - Porque trobar - Prologo


A Música Instrumental
As danças Medievais eram acompanhadas inicialmente pelas cantigas, com o tempo começou a se utilizar dentro das cantigas trechos instrumentais (que repetiam a idéias das clausula dos duplum polifônicos que veremos na próxima apostila) ou versões instrumentais das melodias. A partir do século XIII e XIV começa a se destacar uma forma de música instrumental de dança na Inglaterra e no continente, a estampida (estampie na França e instampite na Itália). As estampidas são os mais antigos exemplos de música instrumental medieval que temos registro. A música instrumental servia apenas para dança, não havia outra aplicação a para ela, a música instrumental só ira se desvincular totalmente da dança no séc. XVII, já no período Barroco.   


O estampie consiste de quatro a sete seções, chamadas punctum, onde cada uma que se repete, veja a formula:
aa, bb, cc, etc.
Há também as chamadas terminações que eram espécies de cadências que tinham duas categorias em duas diferentes: Ouvert [X] (aberto) e Clos [Y] (fechado) elas eram usadas após a declamação da primeira e da segunda estrofe respectivamente. Aqui as estrofes eram chamadas de punctum, deste modo a estrutura pode ser:
a + x, a + y, b + x, B + y, etc.
Às vezes, as mesmas duas terminações são usadas para todos os punctum da estrutura:
A + X, a + y; b + x, b + y, c + X, C + y, etc.

Uma estrutura semelhante foi usada em formas de dança medieval como o saltarello.


O mais antigo exemplo conhecido desta forma musical é a canção "Kalenda Maya", supostamente escrita pelo trovador Raimbaut de Vaqueiras (1180-1207). Todos os outros exemplo conhecidos são puramente instrumentais. Exemplos do século XIV incluem estampies dentro de dramatizações de lendas como Lamento di Tristano, Manfredina, Isabella, Tre Fontane. Embora o estampie seja geralmente monofônica, há exemplo de composições para duas vozes.Kalenda Maya

Instrumentos Medievais
Os instrumentos encontrados na Europa medieval tinham varias origens, alguns como a harpa era uma adaptação da lira romana. Outras tinham sua origem fora da Europa como o alaúde que é árabe. Segue uma rápida lista de instrumentos medievais:
Vielle ou Fiedel instrumento de cordas friccionada, muito comum entre os jograis e menestréis, foi o protótipo da viola renascentista e do violino, e talvez de nossa rabeca, era usado para acompanhar a recitação ou canto.
 
Iconografias de alguns instrumentos musicais medievais  
Saltério era uma espécie de citara que tinhas as cordas percutidas com bicos-de-pena.
Alaúde instrumento de cordas trazido pelos árabes a península ibérica pelos árabes.
Flautas de vários tipos retas ou transversais.
Charamela instrumento de sopro da família do oboé.
Trombetas de uso exclusivos dos nobres.
Gaita de fole instrumento popular universa na Europa.
Vários tipos de tambores usados a partir do século XII nas músicas para dança.
Carrilhão: conjunto de sinos graduados, para ser tocado com martelos de metal.
Cítola ou cistre: instrumento de 4 cordas de arame
Harpa: menor em tamanho que a harpa moderna.
Rebec: instrumento em forma de pêra, com 3 cordas para serem friccionadas por um arco.
Viela de roda: instrumento no qual uma roda movida a manivela fazia as cordas vibrarem, e um teclado em conexão com as cordas melódicas respondia pela diferenciação dos sons.


Lista de alguns importantes Troubadours; Trobairitz e Trouvères:
Bernart de Ventadorn (1130-1180)
Folquet de Marselha (1180-1231)
Gautier De Coincy (1167-1236)
Thibaut De Champagne (1201-1253)
Beatriz condessa de Diá (1190 – 1210)
Adam De La Halle (1240-1287)

Lista de alguns importantes Minnesinger e Meistersinger:
Neidhart Von Reuental (1180-1237)
Tannhaüser (1205-1270)
Walther Von Der Vogelweide (1170-1230)

Península Ibérica:
Alfonso X, O Sábio (1221-1284)

Algumas Fontes Importantes:


Cangé Chansonnier
Cappella Giulia Chansonnier
Chansonnier Cordiforme
Chansonnier du Roi (also Occitan)
Chansonnier Nivelle de la Chaussée
Copenhagen Chansonnier
Dijon Chansonnier
Florentine Chansonnier
Mellon Chansonnier
Seville Chansonnier
Wolfenbüttel Chansonnier
Pergaminho Sharrer (fragment)


 Leitura complementar:

Adam de la Halle (Arras, c. 1237 - Paris, França, entre 1285 e 1288) foi um trovador francês também conhecido como Adam, O Corcunda. É considerado um dos principais percussores da comédia francesa. Mudou-se para Paris, onde aperfeiçoou seu talento em apresentações para a corte francesa. Chegou a acompanhar o rei Carlos I em visitas à Sicília e a Nápoles. Sua obra diferenciou-se em sua época, pois normalmente todas eram fundamentadas no contexto religioso.

Ele escreveu também dezenas de poemas e composições musicais monódica e  numa polifonia primitiva. Entre suas peças para teatro mais conhecidas estão A História de Griseldis, considerada precursora das peças sérias sem a temática religiosa da época, e o Jeu de Robin e Marion, comédia pastoral musicada que é tida como uma das primeiras obras dramáticas francesas, representada por volta de 1285 para corte. Foi também o primeiro músico francês a viajar para a Itália, algo extremante difícil na época. Em sua obra ele cultivou estilos musicais e poéticos como: Rondeaux, motetos e jeux-partis.

Adam estudou gramática, teologia e música na abadia cisterciense de Vaucelles, perto de Cambrai. O pai de Adam o tinha destinado a igreja, mas ele renunciou a essa intenção, e se casou com Maria (que figura em muitas de suas canções). Depois ele se vinculou a família de Robert II, conde de Artois, e, em seguida, foi passou viver sub a proteção de Carlos de Anjou, irmão de Charles IX, cujas aventuras levaram o poeta a segui-lo ao Egito, Síria, Palestina e Itália.

Jeu de Robin et Marion é supostamente o Jeu secular mais antigo com a música encontrado em língua francesa, e é a obra mais famosa de Adam de la Halle.  Adam escreveu o Jeu de Robin et Marion para o corte de Charles I de Nápoles. Ele foi para Nápoles ao serviço de Robert II de Artois. Le Jeu de Robin et Marion (extractos, parte 1)

A história é uma dramatização de um gênero tradicional da canção francesa medieval, o pastourelle. Este gênero normalmente fala de um encontro entre um cavaleiro e uma pastora, freqüentemente chamado Marion. Versão Adam de la Halle da história coloca uma maior ênfase nas atividades de Marion, seu amante Robin e seus amigos depois que ela resiste ao avanço do cavaleiro.


O Jeu é constituído de um diálogo no dialeto Picardian falando na cidade natal de Adam, Arras, os diálogos são intercalados por refrões curtos ou canções em um estilo que pode ser considerado popular. As melodias são têm o caráter de música popular, pois parecem mais espontâneos do que das canções mais elaboradas do autor. 


História da música ocidental - Donald Jay Grout, Claude V. Palisca
Uma Breve História da Música - Roy Bennett
Masterpeices of music before 1750 - Carl Parrish
Music: The Definitive Visual History - Ian Blenkinsop
A Concise History of Western Music - Paul Griffiths
Harvard Dictionary of Music - Willi Apel

PS: Foda-se abnt

sábado, 12 de abril de 2014

Gregos/Romanos e a música da Igreja Cristã primitiva: Nascimento da Música Ocidental

Organizado por Marcello Ferreira Soares Junior

Embora em muitos aspectos a música da igreja primitiva seja aparentada com a música da tradição grega (homofônica ou heterofônica; sempre associada a um texto poético ou religioso) não podemos dizer que existe um laço de continuidade entre elas. Em sentido estrito, a música do ocidente tem inicio com a Igreja Cristã primitiva e medieval, ou seja, aquele período que compreende dos dois séculos iniciais da era cristã até a tomada de Constantinopla pelos Otomanos (1453).

Ao contrario de outras artes como a literatura, arquitetura e escultura que tanto foram influenciadas pelos modelos dos períodos clássicos da cultura grega e romana, os músicos da Idade Média seque conheciam qualquer exemplo da música da época de apogeu destas culturas. Contudo, os textos filosóficos e teóricos dos gregos foram conservados e suscitaram o interesse dos estudiosos e teóricos medievais. Além disso, muitas das ideias sobre música dos gregos ainda hoje são amplamente discutidas.
É importante lembrar que atualmente – por mais curioso que possa parecer – temos uma idéia muito mais clara de como era a música grega e romana que no passado. Pois graças aos estudos de verdadeiros arqueólogos musicais temos acesso às reproduções de obras sobreviventes destas culturas. Mas apesar do acesso que temos hoje a documentos (filosóficos e teóricos), representações visuais de músicos e seus instrumentos, da música em si nos restam apenas alguns de fragmentos de textos com notação, dos quais a reconstrução ainda causa imensa controvérsia entre os especialistas.
A música para os gregos 

Podemos dividir a compreensão dos gregos acerca da música em dois períodos distintos, no primeiro a música tinha sua origem divina, ligada a divindades como Apolo e Dionísio.

Sendo que o primeiro representava os aspectos sagrados e divinos. Já o segundo aos aspectos sensuais e orgásticos da música. Apolo regia as Musas, que na mitologia grega eram as nove irmãs que presidiam todas as Artes e Ciências (tendo Euterpe como patrona da Música). A música era considerada como um elemento constante na vida e nas suas varias atividades: religiosas, cívicas ou privadas.

Nos períodos mais primitivo da cultura grega (Arcaico, Pré-Homérico e Homérico), a música era vista como detentora de poderes misteriosos capazes de influenciar a personalidade e os costumes, curar enfermidades e até evocar poderes naturais e sobrenaturais. 

Os cultos a Apolo e Dionísio dividiam os usos da música no âmbito religioso, enquanto no culto a Apolo a música era utilizada na consagração dos poderes sobrenaturais do deus solar, como por exemplo, nos Jogos Olímpicos e Pítios. Já no culto a Dionísio, ela prestava-se muitas vezes aos ritos orgásticos das deusas da fertilidade e do amor cultuadas na Grécia e Ásia menor.

Figura 1 Lira instrumento da música de Apolo e o Aulos da música de Dionísio

Nos períodos posteriores (a partir do período Clássico), a música passou a ser vista pelos pensadores gregos como instrumento de descoberta dos segredos cósmicos e também de formação moral do homem. Para muitos filósofos a música era um instrumento da busca da beleza e verdade.

Vejamos alguns exemplos:

Pitágoras e seus seguidores acreditavam que a “chave” para os mistérios do mundo físico e metafísico eram os números e a música. Nesse contexto a música era vista como o instrumento capaz de demonstrar esta afirmativa. 

Claudio Ptolomeu acreditava que os movimentos dos corpos celestes eram regidos por um sistema baseado nos intervalos das escalas musicais, quando este movimento ocorria gerava uma música inaudível ao homem, mas que matinha a harmonia nos movimentos do universo. Mas tarde esta idéia foi eternizada por Platão no mito da “Música Das Esferas”. 

Platão e Aristóteles desenvolveram toda uma doutrina para formação moral e cívica tendo a música e a ginástica como elementos principais, a chamada doutrina do Ethos

Doutrina do Ethos

Como já dissermos anteriormente a maior herança da musical da civilização grega para a Idade Média e o Renascimento foi o pensamento filosófico voltado a Música. Talvez o mais influente sistema filosófico neste sentido tenha sido a doutrina do Ethos.

Na antiga Grécia dentre todas as artes, a música era a mais relevante. Para os gregos a música tinha o poder de influenciar as qualidades da moral do homem e do estado.

A música foi um dos principais interesses da política do estado grego. A formação musical era um requisito básico na educação de qualquer cidadão. A música caberia o papel de formadora da conduta moral, social e política de cada indivíduo dentro estado.

A música dentro da doutrina do Ethos não era um elemento passivo da cultura, os gregos acreditavam (principalmente Aristóteles) que a música é capaz de representar os estados da alma (brandura, raiva, paixão, coragem, alegria, temperança e seus opostos). Acreditava-se que quando escutássemos um trecho musical com uma destas representações, nós seriamos afetados pelo estado representado na melodia, desta forma, depois de certo tempo expostos a estas qualidades elas passariam a fazer parte de nossa personalidade.

Em contrapartida, se fossemos expostos a música que suscitasse sentimentos negativos estes também se tornaria parte de nossa personalidade.

Esse conceito era tão intrínseco na sociedade grega que havia um ditado famoso: “deixai-me fazer as canções de uma nação, que pouco me importa quem faz suas leis”, esta máxima também é um trocadilho, pois em grego a palavra nomos que designa “lei” ou “costume” também era usada para representar esquemas melódicos usados nas canções líricas e para solos instrumentais.

 Estas questões foram tratadas por Platão e Aristóteles, principalmente na República (380 A.C.) e na Política (330 A.C.) respectivamente. Os dois concordavam com o fato de que se a educação musical e física fossem estimuladas de maneira equilibrada, poderiam estruturar o indivíduo e sua conduta moral e emocional de forma suficiente para vida em sociedade. Já o exagero de uma pratica em detrimento da outra poderia ser nociva para a capacidade do individuo viver em sociedade.

Em nossa visão moderna tal preocupação pode parecer exagerada ou autoritária, quase primitiva. Mas é importante lembrar que esta preocupação é evidente em varias sociedades e regimes políticos ao longo dos séculos. No século XX regimes políticos e religiosos têm imensa preocupação com a música vinculada e atualmente vários educadores demonstram preocupação com o tipo de música vinculada à juventude. Infelizmente não chegaram até nós vestígios desta música educativa vinculada aos gregos.


Assim a herança do pensamento grego acerca da música ainda vive entre nós, pois sendo ele é fundamental para vida humana, como a própria música e será sempre retomado e discutindo enquanto somos civilização.

Obras sobreviventes

Atualmente sobrevivem poucos fragmentos da Grécia antiga. A duas mais famosas são Epitáfio de Seikilos datado dos séculos I a.C. e poucos trechos da tragédia Orestes de Eurípides do século V a.C. Apesar de aparentemente simples, a forma pela quais os gregos faziam sua notação musical não é plenamente conhecida, e grande parte da reconstituição destas obras é conjetural.

Figura 2 dois fragmentos de papiro com música notada

O Epitáfio de Seikilos é o mais antigo exemplo de uma composição musical com notação musical e letra no ocidente. A melodia foi encontrada gravada em uma lápide perto de Aidin na Turquia (próximo a Éfeso) datada do século I d.C.. 

Nele é informado a autoria na música, creditada a Seikilos (Ele também poderia ser o mecenas que encomendou a composição). Ao que parece a canção foi composta em homenagem a esposa de Seikilos, provavelmente enterrada no local. Além da composição, foram encontradas estas inscrições:

Eu sou um túmulo, um ícone. Seikilos me pôs aqui como um símbolo eterno da lembrança imortal.

Na figura abaixo uma reprodução do texto gravado na lápide com o alfabeto grego moderno, há uma linha acima com letras e sinais que indicam as notas:

Ilustração 1 texto gravado no Epitáfio de Seikilos

Abaixo temos uma transcrição para notação contemporânea:
Ilustração 2 transcrição


A melodia está escrita num modo dentro de uma oitava que vai de Mi (3) - MI (4), Muito próximo ao modo de Dórico contemporâneo.

A seguir uma transliteração das palavras cantadas na melodia e uma tradução para o português:

Hoson zes, phainou - Enquanto viveres, brilha
Meden holos su lupou - Não sofras nenhum mal
Pros oligon esti to zen - A vida é curta
To telos ho chronos apaitei - E o tempo cobra suas dívidas

Acreditasse que a lápide foi gravada entre 200 a.C. e cerca de 100 d.C. Embora existam exemplos mais antigos de notação musical, todos eles são apenas fragmentos. O Epitáfio de Seikilos é único por ser uma partitura completa de uma composição. Há exemplos ainda mais antigos no oriente de composições notadas. Por exemplo, o Hino para a entrada do Imperador, originário da China é datado para aproximadamente 1000 a.C.

Era cristã

Apesar de sabermos que os primeiros cristãos absolveram muitos aspectos das culturas do Oriente Próximo (judaica e árabe) e do mundo Helênico-Romano, é necessário entender porque não houve uma continuação entre a música da antiguidade ocidental e a música do ocidente cristão.

Quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do moribundo Império Romano, as autoridades trataram imediatamente em separar a nova cultura oficial daquela ligada ao passado pagão. Muitos dos aspectos da vida social e privada foram radicalmente alterados, as antigas iconografias dos deuses pagãos foram substituídas por imagens de Cristo; os templos foram convertidos em igrejas; praticamente toda a música e instrumentos utilizados em rituais religiosos pagãos ou desapareceu, foram adaptados ou caíram em desuso.

Mais tarde com a canonização de outras regiões da Europa, como o norte e as ilhas britânicas e a Irlanda, a música primitiva destes povos também desapareceu por completo, por motivos variados, deste o simples desuso e a falta de um sistema de notação para registro, até a proibição destas manifestações musicais imposta por parte das autoridades eclesiásticas.

É necessário se ter em mente que este tipo de proibição não foi uma novidade, deste a antiguidade os povos dominadores tinham como hábito suprimir ou absolver a cultura dominada.

A música na antiguidade (como ainda hoje!) era vista um instrumento determinante para propagação de idéias, desta forma, a ascendente igreja cristã observava sua música com muita atenção. Um notável exemplo é a obra Da Música de Santo Agustinho. Nela o autor, inspirado no pensamento grego de Platão e Aristóteles trata de conceitos de como devem ser as melodias e seus aspectos éticos e vocacionais.    


Muito do desenvolvimento da linguagem musical do ocidente esta ligada a música litúrgica, por dois motivos básicos: ela foi extensamente divulgada na Europa pré-medieval e desta maneira suas formas e linguagem melódicas tornaram-se modelos para música secular. Assim, muito da música que hoje é rotulada como música "ancestral" ou "pagã" europeia tem suas raízes no período medieval com forte influência da música cristã da antiguidade.

O Cantochão

Cantochão “inaugura” a música do ocidente, apesar de sua teoria ser pautada sobre os manuscritos da época clássica da civilização greco-romana, ou até mesmo fontes anteriores (salmos do Antigo Testamento). Em termos práticos o cantochão pouca relação musical com a música destas culturas.
O cantochão é a música mais antiga ainda em uso, ela representa um dos grandes e mais ricos tesouros da cultura ocidental.

Na prática o cantochão é:

Monofônica e originalmente desacompanhado. Muitas vezes temos referencias a coros, que na verdade cantam as melodias e uníssono ou em oitava (quando há jovem entre os coristas).

As melodias normalmente são era cantadas por graus conjuntos, ou seja, quase sem saltos, dentro de um âmbito não ultrapassa uma oitava e o ritmo é baseado na acentuação tônica da língua latina.

Um aspecto curioso do Cantochão primitivo é que as melodias eram todas anônimas, não se costumava identificar seus autores, algo que só passou a acontecer por volta do séc. VII e VIII.

Isso se deve a máxima teológica afirma que se todos são iguais aos olhos do criador, desta forma suas obras também o eram. Dessa forma, não havia motivo para destacar um autor, por outro lado, em termos práticos os cantos eram todos pertencentes a igreja e seu serviço.

O cantochão pode ser dividido quanto ao texto, forma e estilo.

Quanto ao texto

Textos bíblicos
Textos em prosa (as lições do Ofício Divino, as epístolas e o Evangelho da missa).
Textos poéticos (os Salmos e os Cânticos).
Textos não bíblicos
Textos em prosa (o Te Deum e várias antífonas incluindo as Marianas)
Textos poéticos (os hinos e as sequências de cultos e Missas)

O Cantochão pode também ser classificado em sua forma (como cantado):

Quanto a Forma

Antífono: dois coros cantam versos com um refrão, alternadamente;
Responsório: solistas cantam os versos e o coro canta o refrão;
Direto: os cantores cantam os versos e não há refrão.

Quanto ao Estilo

Refere-se à relação entre as notas entoadas (melodia) e as sílabas pronunciadas (texto):

Silábico: os cantos em que a cada sílaba do texto corresponde a uma nota somente.
Melismático: os cantos em que uma única sílaba de uma palavra canta longas passagens de notas.

Neumático: o canto é na maior parte dele silábico e, em poucas breves passagens, segue um melisma de quatro ou cinco notas somente sobre algumas sílabas do texto.


Os primeiros hinos cristãos surgem nas Igrejas de Jerusalém, Antioquia (na Síria) e da Ásia Menor chegando a Europa via Bizâncio e finalmente Milão. O historiador Romano Plínio, O Jovem, documentou estes hinos por volta do ano 112 d.C.

Um dos principais núcleos do desenvolvimento dos cantos da igreja primitiva foi Bizâncio (ou Constantinopla, atual Istambul) como centro urbano e político após a queda de Roma.

Bizâncio passou a incorporar o papel de núcleo não só da política, mas também da religião do ocidente. Lá ocorre uma grande evolução dos hinos primitivos relatados por Plínio para formas mais elaboradas, sendo a mais importante delas o kontakion.


Contudo apesar da centralização de Bizâncio várias regiões da Europa desenvolveram suas próprias formas de liturgia, conseqüentemente, criando variações dos hinos do cantochão. Com o tempo cada território do antigo império romano formalizou seus ritos e cantos ritos no norte da Itália e o canto Ambrosiano, já no sul o Benaventino; na região da Gália (França) o canto Gálico; Na Espanha o Moçárabe; e na Inglaterra o Sarum.

Por volta de 590, o papa São Gregório Magno visando o fortalecimento da Igreja Romana inicia um movimento de unificação dos Ritos cristãos, este movimento é marcado pela abolição dos ritos regionais (e com eles seus cantos característicos) sendo seguindo da instauração de um modelo padrão de liturgia e canto. Este movimento foi mais tarde chamando de Reforma Gregoriana. Esta reforma é levada a cabo pelo Papa Gregório Magno e por seu sucessor o papa Vitaliano.

Contudo, somente no período carolíngio ela é finalmente concluída. Graças ao imperador Carlos Magno que por volta de 789, impõem o uso da liturgia romana dentro do território do reino Franco. E quando coroado imperador do Sacro-Império Romano institui o Rito e o Canto Gregoriano como o rito oficial de toda a Europa cristã.


Entretanto ainda hoje é possível ouvir o Canto Ambrosiano é cantado atualmente nos arredores de Milão e o canto Moçárabe em Toledo e Salamanca. 

O Oficio e a Missa

A principal aplicação da música sacra no final da Antiguidade e inicio da Idade Media ocidental foi nos oficio e missas. Dentro destas formas temos as primeiras manifestações formalizadas da música ocidental que temos noticia.  

O Oficio ou as Horas Canônicas são a rotina religiosa dos mosteiros, sua primeira codificação ocorreu por volta de 520 dentro da Regra de São Bento. O oficio é celebrado todos os dias em determinadas horas tanto nos mosteiros quando em determinadas igrejas e catedrais. As Horas canônicas se dividem em:

Matinas: antes do nascer do sol
Laudas: ao amanhecer
Prima, terça, sextas e novas: às 6h, 9h, 12h e 15h respectivamente. 
Vésperas: ao pôr do sol
Completas: logo a seguir das vésperas

O oficio é composto por orações, salmos, cânticos, antífonas, responsórios, hinos e leituras. 

A música dos ofícios esta compilada nos Antifonários. Os principais momentos musicais dos ofícios estão nos Salmos e suas respectivas antífonas, no canto dos hinos e cânticos, além da recitação das passagens das Escrituras. Alguns cânticos eram comuns em alguns casos: como nas Vésperas o canto do Magnificat anima mea Domino (A minha alma glorifica o Senhor). E nas Completas as quatro antífonas da Virgem Maria (Antífonas Marianas), cada uma nos seus respectivos momentos do calendário litúrgico:

Alma Redemptoris Mater (Doce Mãe do Redentor) desde o advento a 1 de fevereiro
Ave, Regina caelorum (Salve, Rainha dos Céus) 2 de fevereiro à quarta-feira da Semana Santa
Regina coeli laetari (Alegrai-vos, Rainha dos Céus) da Páscoa até o domingo da Trindade
Salve, Regina (Salve, Rainha) Da Trindade até ao advento

A execução correta destes cânticos era tão importante quando a liturgia em si. Para que sempre se seguisse em boa ordem os ritos da liturgia da Regra de São Bento temos nela indicado o surgimento da figura do Chantre incumbido de organizar o scripitorum e o serviço religioso, assim como a música. Por volta do século VI surgem as Schola Cantorum que eram grupos destinados à formação de cantores para desempenhar o canto dentro do serviço religioso.

A Missa

Como sendo a missa o serviço religioso mais importante, o papel de sua música passou a ser de extrema relevância dentro do mundo cristão. Até por volta do Século VII não havia um padrão comum para sua celebração, até o edital Ordo romanus primus (final do século VII) que era um conjunto de instruções para celebração litúrgica. Nele foram determinados textos das missas variavam de acordo com a data, já outros passaram a ser fixos dentro do serviço. 

Estas duas categorias são chamadas de:

Próprios: eram os textos que variavam: orações (colectas) e Epistolas. As partes musicais: Intróito; Gradual, Aleluia, Tractus, Ofertório e Comunhão (Communio).

Ordinário: as partes invariáveis do serviço: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus, Agnus Dei e Ite, missa est.

As partes da missa eram assim organizadas pelo Ordo romanus primus:

Intróito que é normalmente um salmo cantando na entrada do padre. Segue o Kyrie, que é composto de dois refrões onde o primeiro é repetido após o canto do segundo: kyrie eleison (Senhor, tende piedade de nós); Christo eleison (Cristo, tende piedade de nós). Cada um é cantando três vezes, sobre uma mesma melodia. 

Depois o Gloria: iniciado pelo padre e continuado pelo coro a partir do trecho “Et in terra pax”. Depois temos a colecta e a leitura da epístola do dia e logo em seguida o canto do Gradual e da Aleluia (na Páscoa a Aleluia é substituída pelo Tracto). 

Segue a leitura do evangelho e depois o canto do Credo iniciado pelo padre e continuado pelo coro a partir do trecho “patrem omnipotentem”, segue o sermão e a eucaristia. 

Durante a partilha do pão cantasse o Ofertório, seguisse uma nova colecta e o canto do Sanctus e o Benedictus, depois o canôn (prece da consagração) e a oração Pater Noster, depois o canto do Agnus Dei; após o consumo do pão e vinho temos Communio e o Post-Comunio e a missa é concluída com a formula: Ite, missa est ou com Benedicamus Domino.

Desenvolvimentos ulteriores ao Ordo romanus primus

Entre os séculos V e IX os povos do centro e norte da Europa já se encontravam convertidos, o canto gregoriano já era uma instituição firme. Por volta de 719, com a invasão muçulmana na Síria, norte da África e península da Espanha, fez com que a cristandade se deslocasse mais para norte e assim surgissem outros centros políticos e de irradiação cultural. 

Assim tornando a França o centro da cristandade. Esta proximidade do centro da cristandade, fez com que em outras regiões da Europa, missionários começassem a fundar escolas e congregações, em região até então distantes de Roma como na Irlanda, Escócia, Alemanha e Suíça surgiram centros de música importantes, como o mosteiro de São galo na Suíça. Neste período os compositores começaram a sair do anonimato passaram a ser identificados nos registros e Codex.

Com estas novas escolas surgiram também novas formas de ser fazer a música, por exemplo, as melodias do cantochão no norte da Europa como Christus hunc diem são cantadas com vários saltos melódicos. 

Estes compositores não só desenvolveram uma nova maneira de canto, mas também novas formas musicais, sendo as três principais o Troppo e Sequentia, Drama Litúrgico. Estas formas de composição são importantes, pois pela primeira vez em vários séculos os músicos da igreja que apenas adicionavam textos a melodias prontas, passaram a compor tanto a música e o texto ao mesmo tempo.

O Troppo surgiu por volta dos séculos X e XI, e era na verdade um adendo em estilo neumático e com textos poéticos dos cantos antífonos do próprio da missa. Mais tarde surgiram como adição das partes do ordinário da missa, especialmente para o Gloria. Um nome que se destaca neste tipo de composição é o do monge Tuotilo do mosteiro de São Galo.

Já nos primeiros manuscritos do cantochão podiam-se observar longos trechos melódicos melismáticos, que muitas vezes se repetiam sem qualquer modificação em diferentes coletâneas. Estas longas melodias na música do serviço ficaram associadas às Aleluias

A estas melodias se deu o nome de Sequentia (do latim sequor ou seguir). É creditado ao monge de São Galo, Notker Balbulus “O Gago” (840-912) a autoria das primeiras Sequentia, ele escreveu sobre os melismas palavras. A Sequentia no serviço religioso passou a ser cantada entre os salmos e partes do ordinário das missas.

Quanto a sua forma a Sequentia se dividia normalmente em quatro grupos melódicos A B C D que eram repetidos até o fim do texto e uma formula conclusiva N. A melodia A era sempre uma formula inicial e B um trecho diferente melodicamente de A. Já C e D guardam semelhanças melódicas, contudo D é semi-conclusiva. A parte final N é uma formula melódica de conclusão, normalmente sobre as palavras “Amém”.   

A Sequentia com o tempo se torna independente do texto sacro e seu modelo é usado em canções populares e músicas instrumentais para dança. O Concilio de Trento (1543-1563) bane a forma do serviço religioso, mantendo apenas cinco Sequentia: Victimae paschali laudes usada na Páscoa; Veni Creator Spiritus no domingo de Pentecostes; Lauda Sion no Corpus Cristis; Dies Irae e Stabat Mater.

O Drama Litúrgico consistia em pequenos diálogos cantados apresentando trechos e de passagem dos evangelhos ou referentes a eles e que estivem de acordo com o calendário canônico. Muitos destes textos eram originais em termos de texto e música. Eles eram apresentados antes do Intróito. O mais conhecido entre eles é Quem quaeritis in praesepe.   
  
Mais tarde o drama litúrgico se tornou uma forma independente e mais extensa, como por exemplo, Ordo Virtutum (1152) de Hidengard Von Bingen (1098-1179). O formato do Drama Liturgico foi copiado pelos músicos populares para apresentação de temas seculares.

Neumas: sistema de notação do Cantochão

Neuma (do grego νεύμα Neum, sinal, ou alteração de pneuma grego πνεύμα, respiração) foi o sistema de sinais de notação musical utilizados desde o Séc. IV e em toda a Idade Média até a criação do sistema moderno de cinco linhas. O neuma é uma fórmula melódica e rítmica aplicada a uma sílaba (uma única sílaba pode receber várias neumas nos vocais melismaticos). 

Diferentemente da abordagem moderna, o elemento básico da notação do canto gregoriano (quer para a sua análise ou a sua interpretação) não é a nota musical, mas neuma

Os neumas descrevem pequenas fórmulas melódicas aplicadas à uma sílaba, cada tipo de neuma correspondente a um valor acima da melódica e rítmico em particular. O monge-teórico (e compositor) Hucbald Saint-Amand (v.850-930) faz alusão, em sua Musica (v. 885) eo caráter rítmico de neumas ornamentais gravado sem linhas (em Campo aperto) no seu tempo .


Inicialmente, somente o texto litúrgico é anotado na gradual. Mas as melodias são transmitidas apenas oralmente.

No Séc. IV aparece o neuma .é um conjunto de sinais, escritos geralmente acima do texto, que permitiam ao cantor  "encontrar" a canção que ele conhecia de memoria, mas sem indícios claros de intervalos ou altura notas. Os primeiros registros por neuma surgem por volta do ano 850. A classificação baseia-se fundamentalmente em acentuada o uso de dois tons simples:
  • O acento grave \ de cima para baixo, indica que a sílaba é pronunciado em um mais grave do que o resto.
  • O ascendente aguda / indicando vez que a sílaba é pronunciado em um tom mais acentuado do que o resto.
 O acento agudo cai na sílaba tônica, o acento grave sobre as interpolações e terminações das palavras. Na declamação de textos litúrgicos, de acordo com a pronúncia do latim usado na Idade Média, as sílabas são cantandas em um tom neutro, sem acentuações fortes.  Ao acento agudo foi dada a virga, já ao acento grave para simplificar uma pequena linha (tractulus) ou um simples ponto (punctum).

Estes sinais podem ser combinados para grupos nota melódica em uma única sílaba:
  • /\ ( clivis ) agudos e graves (acento circunflexo) traduz a sucessão de duas notas, a primeira maior que o segundo.
  • \/ (Podatus) e Aguda Severa (anti-acento circunflexo) é a sucessão de duas notas, a primeira mais grave do que o segundo.
  • /\/ ( porrectus ) um grupo de três notas em sucessão agudo, grave e agudo.
  • \/\ (Torculus) três notas em sucessão aguda grave e grave. Ut Queant laxis





Origem notas da escala: Hino de São João Batista, Guido d'Arezzo, que foi usado para nomear as notas da escala.

 Seguindo o mesmo princípio, os grupos mais complexo de quatro ou cinco módulos podem ser construídos: / \ / \ flexus porrectus, \ \ / resupinus Torculus, etc. 

Na notação silábica, as notas são descritos como "grave" ou "grave" a partir da linha melódica das sílabas outros. Em contraste, na notação de sílabas modulada, as variações de altura são detectados pelo resto do grupo, independentemente da altura desse grupo em relação ao resto da frase.

Esta avaliação foi bem consciente do ritmo, e dá orientações sobre o áspero linha melódica (para cima ou para baixo), mas não em altura e periodicidade de cantar.

A notação neuma quadrado
Dans la notation grégorienne, les notes se présentent en groupes appelés neumes .Na notação gregoriana, as notas são apresentadas em grupos chamados neumas. Tous les neumes sont toujours interprétés de manière liée, le groupement graphique reflétant leur nature de groupe de note.Un neume (ou un groupe d'éléments neumatiques) s'applique toujours à une syllabe unique. Um neuma só pode ser aplicado a uma única sílaba. En revanche, une syllabe peut recevoir un neume formé de plusieurs notes, voire de très nombreux neumes (de tels groupements s'appellent des mélismes). Em contraste, uma sílaba pode receber grupos de neumas (Esses grupos são chamados melisma).
Dans tous les neumes, la hauteur de la note à émettre est marquée sur la portée par un élément graphique.Em todos os neuma, a altura da notas está marcada no âmbito de um elemento gráfico. Une note peut être marquée par quatre signes graphiques: A nota pode ser marcado por quatro sinais gráficos:




* Par un petit carré (le plus fréquent). * Para um pequeno quadrado (mais comum).
* Par un losange (qui s'appelle également punctum , mais ne se trouve jamais isolé). * Para um diamante (também chamado punctum, mas nunca é isolado).
* Par une sorte de carré barbelé dénotant un quilisma . * Por uma espécie de praça que denota uma Quilisma farpado.
* Par le bec supérieur de la hampe qui intervient dans la composition graphique du porrectus . * Para o bico superior do pólo, que ocorre no porrectus gráfico composição.
Les traits verticaux qui unissent les différentes parties du neume ne servent qu'à guider l'œil et marquer l'unité du neume. As linhas verticais que ligam as diferentes partes do neuma só servem para orientar o olho e marca a unidade do Neuma.

A notação Neumatica é o mais antigo sistema de registro  musical de uma melodia ainda em uso, ele foi o ponto de partida para notação moderna e ajudou a afirmar o conceito de obra musical.


História da música ocidental - Donald Jay Grout, Claude V. Palisca
Uma Breve História da Música - Roy Bennett
Masterpeices of music before 1750 - Carl Parrish
Music: The Definitive Visual History - Ian Blenkinsop
A Concise History of Western Music - Paul Griffiths
Harvard Dictionary of Music - Willi Apel

PS: Foda-se abnt

Harmonia Modal 2: Os acordes por Quartas

  Por Marcello Ferreira Soares Jr Oi pessoal, antes de começar sugiro ao leitor que leia o artigo anterior sobre Harmonia Modal ( LINK ). A ...