segunda-feira, 29 de junho de 2009

Michael Jackson e a Indústria Musical

Michael Jackson morreu!!!...Alguns poderiam dizer: O rei esta morto!! Longa vida ao [novo] rei. Mas não seria muito bom dizer isso. Primeiro que para muitos o rei é Elvis [para outros o rei é Roberto Carlos!!]. Segundo ocorreria uma “briga de foice” entre os pretendentes ao cargo príncipe [tirando desta lista o já autodenominado Prince, pois este se acha deus... por isso sou ateu!!]. Piadas sem graça a parte...

Bom, nunca fui fã de M.J. [apesar de achar “Ben” uma das canções mais bonitas que já escutei!], nunca tive, gravei ou reproduzir sequer um álbum dele, nem por isso deixei de escutá-lo e vê-lo, principalmente vê-lo a exaustão.

Caros e queridos leitores não se perdeu apenas um artista pop que vendeu milhares de álbuns e compôs boas canções como a mídia em geral vem propagando [Existe uma preocupação muito maior nas polêmicas que ele se meteu em vida do que em seu trabalho e valor para indústria musical]. Na verdade M.J. foi sim o pivô da criação de uma nova face para indústria fonográfica e do entretenimento e da imagem do artista pop.

Além de cantor de grande talento, M.J. incorporou a sua música a imagem e o movimento como nenhum outro musico pop havia feito, ele padronizou na indústria pop a figura do cantor-dançarino [querem exemplos é só assistir qualquer faixa de música pop no HV1 ou MTV!]. Ele captou a dança de rua [que fervilhava já na década de 70] e a estilizou, como também a conectou completamente a suas canções, por meio de coreografias tinham como base não os passos e movimentos em si e sim as letras das canções [se não foi ele que inventou isso, acredito que foi ele que popularizou!! Corrijam-me se eu estiver errado!! Pelo amor de Deus... Deus que por sinal não é Prince!!].

Vejam Thriller ou Beat It [além da imagem em si, musicalmente estas canções também foram inovadoras em termos de produção para época, é só vocês escutarem as canções contemporâneos a elas!]. Dá para ouvi-las sem lembra da coreografia? Tal procedimento se tornou quase uma regra para música pop, de Madonna à Spears e Timberlakes da vida [passando por Xuxa e a música dos filmes de Bollywood!], canção conectada a dança, a dança como representação do tema da canção tudo isso bem modelado no formato do vídeo clipe.

Aqui chegamos ao vídeo clipe [outra enorme colaboração do artista para indústria] que tem sua importância na indústria dividida em antes e depois de M.J. No inicio dos anos 80 canais como a MTV eram uma desajeitada e pouco interessante opção de programação televisiva, seus conteúdos [os vídeos clipes] eram no mínimo sem graça e pouco atrativos. A indústria ainda era pautada na divulgação radiofônica, ou seja, canção em si. A imagem do artista estava muito mais ligada às aparições ao vivo [de certa forma pelo menos o filtro musical era mais apurado, mas esta e outra discursão!]. Neste cenário Thriller foi um choque [lembro que quando passou no Fantástico parecia que estavam anunciando o pouso de um disco-voador... rsrs]. Qual a diferença de Thriller para os demais vídeos clipes da época? Bem, ele é temático, tem uma ação dramática conectada com o sentido da canção [além claro do capricho técnico de sua produção]. Qual o resultado disso? Sucesso absoluto!! Ao investir de tal maneira neste formato, M.J. ajudou mudar o eixo da divulgação musical e até mesmo a forma que a música pop é feita [temos hoje cantores e grupos que investem muito mais no clipe do que na música em si!!]. Aqui a indústria pela primeira que com um pouco mais de cuidado o vídeo clipe é uma instrumento de vendas de grande valia para indústria pop [hoje o vídeo clipe vende de tudo: música, roupas, calçados, bebidas, comportamento... quem não queria na época ter a jaqueta que M. J. usa em Beat It???].

Bom, se formos listar e analisar as contribuições deste astro Pop para esta indústria de milhões [que depois dele passou a trabalhar com Bilhões!!] vou precisar de mais tempo e espaço. Mas só o que citei acredito é o bastante para se notar a grandeza desta figura para música pop dos últimos trinta cinco anos.

Volto a dizer, nunca fui fã de Michael Jackson [por sinal escrevi este texto escutando Pink Cream 69 e Mastodon], mas temos que “dá a César o que é César”. Muito do que a indústria pop [pelo menos na música] é hoje em dia devesse a Michael Jackson. Gostaria apenas de mostra que quem a indústria pop perdeu não foi apenas o dançarino do moon walk ou o astro envolto em polêmicas, e sim um dos principais protagonistas da história desta indústria. Pois quem tem menos 25 anos pode não entender o porquê de todo este alvoroço em torno de sua morte, podem até pensar: Poxa, Madonna, Lady Gaga, Of Montreal e blá blá blá blá... Hoje fazem mais sucesso do que ele. Mas estes acima citados só “virão o sol” por causa do formato que a indústria tomou pós-Michael Jackson.

Abraços a Todos!!!

M. J. [R. I. P]

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