Oi pessoal!
Antes de entrar no conteúdo em
si, eu gostaria de esclarecer um detalhe que as vezes causa celeuma. Qual o termo
correto Síncope ou Sincopa? Os dois estão corretos! Contudo, há um detalhe a
ser levando em consideração!
Atualmente no Brasil se
convencionou a utilização da palavra síncope.
Entretanto, entre os músicos mais veteranos é muito comum o uso do termo sincopa. Isso talvez ocorra (não posso
cravar!), por causa do referencial bibliográfico utilizado na formação de diferentes
gerações.
Em seu livro Compêndio De Teoria
Elementar Da Música (1962), Osvaldo Lacerda utiliza o termo “Sincopa”, que é o termo usado na língua espanhola.
Já mais recentemente, em seu livro Teoria Musical, Bohumil Med utiliza o termo “Síncope”, que talvez seja uma tentativa
de “aportuguesa” os termos Sincope
(do italiano), Synkope (do alemão) e Syncope (do francês). Isso claro é uma especulação, não tem
nenhuma pesquisa (minha) sobre isso. Mas é provável que algum pesquisador mais
cuidadoso tenha se debruçado sobre o tema.
Nesse texto irei usar o termo na
sua forma mais comum no Brasil: Síncope.
Vamos ao que interessa!!
A síncope ocorre quando a duração
de um tempo fraco ou de uma parte fraca de um tempo se prolonga sobre um tempo
forte ou a parte forte de um tempo seguinte. Isso pode ocorrer por meio de uma ligadura (entre
compassos diferentes) ou de uma variação na escrita das estruturas rítmicas dentro de um
mesmo compasso.
Lacerda chama a atenção para supressão
do acento “natural” no tempo forte ou na parte forte de um tempo (LACERDA pág.
38). Med coloca que a síncope “produz um efeito de deslocamento das acentuações
naturais” ocasionando “uma sensação de desorientação métrica pela falta do
acento esperado” (MED, pág. 143).
- Observação preciosista: A figura rítmica que “sofre” a síncope é aquele que perde seu acento métrico natural.
Exemplos e observações
figura 1 |
Na figura 1 temos exemplos comuns de síncopes ocasionadas por ligaduras entre dois diferentes compassos. Nesses exemplos estou utilizando o compasso binário para facilitar a visualização.
A: figura rítmica no tempo fraco do compasso expande sua duração sobre a figura que está no tempo forte do compasso seguinte.
B: A figura da parte fraco do tempo fraco do compasso expande sua duração sobre a figura no tempo forte do compasso seguinte.
C: A figura do tempo fraco do compasso expande sua duração sobre a figura na parte forte do tempo forte do compasso seguinte.
D: A figura da parte fraco do tempo fraco do compasso expande sua duração sobre a figura na parte forte do tempo forte do compasso seguinte.
figura 2 |
Na figura 1 temos exemplos comuns de síncopes ocasionadas por ligaduras ou variação na escrita das estruturas rítmicas dentro de um mesmo compasso. Nesses exemplos estou utilizando o compasso quaternário para facilitar a visualização.
A: figura rítmica no tempo fraco do compasso expande sua duração sobre a figura que está no tempo meio-forte seguinte.
B: As figuras nas partes fracas dos tempos expandem suas durações sobre as figuras nas partes fortes dos tempos seguintes.
C: Nesse exemplo ocorre juntas as situações descritas em A e B.
D: Temos uma variação na escrita das estruturas rítmicas de B.
E: Esse exemplo é uma "forçada de barra" de minha parte, dificilmente essa situação será usada para exemplificar uma síncope, mas é interessante pensar que toda regra teórica em música tem de ser observada com parcimônia.
Para finalizar, lembro que Med chama atenção para algumas classificações que ajudam a analisar a síncope no texto musical.
Ritmo sincopado: É aquele onde os acentos métricos estão em desacordo com a métrica "natural" de uma figura rítmica ou compasso. (MED, pág. 145)
Sincope regular: Liga duas figuras rítmicas de mesma duração (Exemplo A das figuras 1 e 2).
Sincope irregular: Liga duas figuras rítmicas de duração diferente (Exemplo B e C da figuras 1 e exemplo C da figura 2).Liga duas figuras rítmicas de mesma duração (Exemplo A das figuras 1 e 2).
Bom, continuaremos na próxima publicação sobre Contratempo.
Divirtam-se (ou não)!
Bom, continuaremos na próxima publicação sobre Contratempo.
Divirtam-se (ou não)!
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