quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A preferência musical


Outro dia me vi como audiência de um tipo discussão, que para muitos pode parecer uma coisinha à toa, mas que merece um pouco de nosso tempo para pensar. Qual o assunto da discussão?? A preferência musical de alguém. Há algum tempo comecei a pensar, por que algo tão prazeroso como escutar a música que se gosta, termina tornando-se motivo de acaloradas e na maioria das vezes intolerantes discussões?

Bom, sobre isso tenho uma teoria simples. Ela consiste no fato de que as pessoas as vezes limitam o universo a sua boa preferência, e quando neste universo existe um circulo de pessoas que de certa forma compartilham de uma opinião próxima, esta boa preferência se torna “verdade absoluta”. Assim de forma muito parecida com a igreja medieval, nossa boa preferência às vezes toma contornos “inquisitórios” contra os “descrentes” desta “verdade” . É radical? Sim, mas de certa forma se aproxima da verdade. Pois todos nós somos assim, em diferentes medidas.

Mesmo que você se policie (pois na era do politicamente correto, é “feio” declarar que não se aceita uma coisa alheia a sua preferência ou opinião) às vezes escorregamos com frases clássicas como: “como você gosta disso?”; “isso é horrível!”. Não quero dizer que você tem que passa a gostar de qualquer coisa que chegar a seus ouvidos, pois acho positivo que cada um tenha sua opinião. E que se possível ela seja diferente da minha!! Pois assim podemos trocar idéias e músicas (...rsrrs!!).

O que gostaria de “investigar” aqui neste texto, é como poderia se processar a preferência musical de uma pessoa. Para que possamos assim entender por que gostamos do que gostamos e a partir daí entender os outros. Sim, admito que seja uma proposta ousada, e talvez impossível de chegar a uma resolução satisfatória, mas vale como mote para conversamos.
Pra iniciar vou apresentar minhas observações, pelas quais cheguei a três categorias que a meu ver concorrem [mas não são as únicas ou determinantes!] para formação da preferência musical. As três categorias a que refiro são: o contexto; a mídia; o inefável.

Dentro da exposição destas categorias irei tomar a liberdade de inserir comentários sobre minha própria formação de preferência e de casos que observei.

Bom, vamos à labuta. Vejamos o que entendo por cada categoria:

1. O Contexto: ou seja, a música dos meios sociais com os quais tive contato em minha vida cotidiana: amigos; escola e família.

2. A Mídia: a música que meios de comunicação me proporcionaram acesso: revistas; TV; radio; internet.

3. O Inefável: bom, foi a melhor palavra que encontrei para classificar algo que ocorre com a preferência de certas pessoas e simplesmente não dá para explica, por exemplo: um fã de DeathMetal escutar “because the night” de Pattie Smith e gostar ou um musico de orquestra ter por preferência escutar diariamente “forró de plástico”. E coisas como: você escuta uma musica que esta muito distante de sua vida cotidiana (como uma canção folclórica húngara) é no mesmo momento ocorre uma identificação ou uma espécie de deja-vu, onde você pensa: isso me é muito familiar (esta eu acredito que os psicanalistas explicariam!!).

Ok, pessoal, aqui estão minhas propostas para iniciarmos (ou não) nossa conversa, aguardo suas respostas/propostas.

Música Barroca instrumental.

Vou nesse texto falar de forma genérica de aspectos da música instrumental do Período Barroco sem me deter a especificidades ou ao rigor de ...